NÃO EXISTE TRATAMENTO PRECOCE -, O que existe é tratamento! Tratamento correto no tempo exato! – esse é o maior desafio.
O termo tratamento precoce virou “palavrão” na cabeça de muita gente, se tornou um termo desgastado que reflete hoje muito mais um posicionamento político ou ideológico do que uma expressão médica que deveria transmitir “precisão” “otimização” ou “adequação” à fase da doença que pretende impactar!
Vamos falar de tratamento, e ponto!
A história natural da COVID19 já foi muito bem elucidada, mas muitos teimam em negar que existem as fases iniciais da doença e que estas fases podem ser abordadas com medicamentos diversos existentes no mercado, no intuito de coibir a evolução da doença.
Para a fase infecciosa da covid19 (do início dos sintomas até o 5º. Dia), usamos um tratamento para diminuir a infectividade e a replicação viral e tudo bem se você não sabe se é COVID OU NÃO…. Nesta fase os exames podem dar falsos negativos, então até o momento que estou escrevendo isto, não adianta fazer exame assim precocemente. Mas iniciar com medicamentos é essencial!!! PRECISA SIM DE UMA CONSULTA E UMA ORIENTAÇÃO MÉDICA PRECOCE ATÉ O 5º. DIA DOS SINTOMAS.
LEMBRANDO QUE NÃO EXISTE RECEITA DE BOLO…. Cada médico, com seu conhecimento aplicará o que julgará necessário para esta fase.
Já para a fase inflamatória, (do 6º. Ao 12º. Dia dos sintomas) prescrevemos o medicamentos para controlar a inflamação e fenômenos tromboembólicos e ofertar oxigênio suplementar. Nesta fase, já é importante a realização de exames suplementares, muitas vezes intra-hospitalares (tomografia, oximetria, exames de sangue etc.) VOCÊ CONTINUA PRECISANDO DE ATENDIMENTO E ACOMPANHAMENTO MÉDICO.
Se isso não funcionar, caminhamos para a 3ª. Fase – a Fase Hiper inflamatória com falência dos órgãos e com necessidade de hospitalização e dependendo da gravidade da lesão tecidual causada pelo vírus será necessário medidas mais agressivas e Intensivas.
Permitir que a doença siga seu curso incerto e indefinido sabendo que existe chance de controle é pecar por falta, é deixar de enfrentar o inimigo passivamente, é estar disposto à perder (a vida inclusive) sem tentar se defender… Jogar a toalha antes da luta começar…
Sinceramente eu como médica prefiro pecar por excesso do que por falta. Não quero sentir remorsos em ver um paciente meu morrer sem que eu tenha feito de tudo, tudo mesmo, MESMO QUE não tenha comprovação científica. Mas,se mesmo assim, fazendo tudo que possível, ele fenecer…. Sinto muito, eu tentei ao máximo e dei o meu melhor!
“Aah! Mas não tem comprovação científica que esse tratamento com drogas reposicionadas funcione!” Diriam os que não dispostos a lutar.
Sim! Não existe comprovação (mas apenas 10%de todos os tratamentos médicos tem comprovação) mas existem evidências suficientes, para no mínimo tentar aliviar a doença diminuindo os sintomas e mantendo os doentes fora dos hospitais, vejam os “cases” de sucesso de Porto Feliz (SP), de Chapecó (SC), de Porto Seguro (BA), de Coronel Fabriciano (MG), de Búzios (RJ), do estado do Pará!!! Cidades e um estado inteiro que estão conseguindo controlar a 2a.onda adotando além de outras medidas (principalmente a disponibilização de leitos e UTIs) o tratamento das fases infecciosa e inflamatória de forma coerente com resultados muito diferentes de seus vizinhos.
Todos os estados e municípios deveriam prover nas UBS e postos de saúde todas as medicações disponíveis para que os médicos, tenham autonomia e possam prescrevê-los sem temor. Faz o tratamento quem quer, quem não quer não faça, PRESCREVE O MÉDICO QUE ACREDITA, QUEM NÃO ACREDITA NÃO PRESCREVE, simples assim…. Mas não me impeçam de tentar.
Ahhh mais uma coisa…. E o tal ‘tratamento preventivo”? (Antes de pegar a doença)
– sem comprovação científica também;
– mas faz mal?
– Não, então a decisão é sua…. Mas fale com o médico para que possa lhe orientar as medicações e as doses corretas. (Tem muita agente se auto medicando totalmente sem noção)
-Mas não deixe de utilizar corretamente as máscaras (dê preferência as mais eficazes como PFF2 ou N95), álcool Gel, higiene das mãos, e seguir as regras do distanciamento social.
E a vacina?
– Segue a mesma regra…. É o que temos, é o que podemos utilizar. Vamos todos vacinar!!!
-Qual vacina é melhor?
-A que estiver disponibilizada para você.
Lembrando que o meu lema é “se não puder curar, cuide, se não puder cuidar, alivie, se não puder aliviar, console” – prescrever dipirona ou acetaminofen não é uma atitude coerente com minha formação.
Finalizando, segue a Declaração de Helsinque:
“No tratamento de um paciente, em que não existem intervenções comprovadas ou que outras intervenções conhecidas foram ineficazes, o médico, após procurar aconselhamento especializado, pode usar uma intervenção não comprovada se, no julgamento do médico, oferecer esperança de salvar vidas, restabelecer a saúde ou aliviar o sofrimento.
Pensem nisso amigos.
Estou aqui a disposição de vocês para ajudar neste momento terrível por que passamos.
Dra. Symara